Qualquer pessoa pode ser líder? A resposta é Sim. Porém o status liderança está em constante mutação. Diversos estilos de liderança não cabem mais a realidade de hoje; autoritário, liberal, herói e mais outras mil formas de descrever líderes e seus estilos.
Vamos falar de liderança como habilidade, se não está claro para você acompanhe o raciocínio.
Liderar é uma habilidade
Todos que trabalham com pessoas ou processos no seu dia a dia precisam desenvolver essa habilidade que podemos chamar também de protagonismo ou de liderança circunstancial.
Certa vez fui conhecer uma empresa por ser referência para se trabalhar, naquela ocasião apreciei um fato que me chamou muito atenção, e apesar de fazerem quinze anos que isto aconteceu, ainda hoje é uma boa história para fazer essa analogia.
O proprietário da empresa dizia que um dos seus valores é que todos os colaboradores tinham o poder de agir, e que outro valor era desobedecer para fazer melhor.
Enquanto eu esperava na recepção presenciei a recepcionista atendendo a um telefonema de um cliente que havia recebido uma mercadoria em desconformidade com o pedido, percebi que o cliente estava muito nervoso e dava para ouvir os gritos de raiva, ele queria falar com o dono da empresa, desejava responsabilizar alguém pelo erro, seu intuito era de transferir toda sua indignação para outra pessoa.
Ela ouviu calmamente todos os desaforos e quando ele disse que queria falar com o dono da empresa, ela respondeu: O senhor está falando com ela, eu sou a dona da empresa e vamos resolver seu problema!
Na ocasião visitando os corredores daquele lugar, ficou cada vez mais claro que aquele valor era praticado e sentido verdadeiramente pelas pessoas.
O termo liderança circunstancial não era abordado da forma que é hoje, para não dizer que nem existia, no entanto, aquela empresa já o praticava.
O que é afinal, a liderança circunstancial
A liderança circunstancial ou situacional, vem para quebrar paradigmas, derrubar crenças. Todos podem e devem liderar, dentro do contexto do grupo as habilidades são valorizadas, a pessoa que tem mais facilidade em resolver uma situação se levanta e auxilia o grupo na solução, nesse caso a habilidade individual é utilizada em favor do grupo.
Está cada vez mais claro que o líder ovacionado, ou que se colocava a frente para receber os créditos e que dava as ordens está em extinção.
Claro que virão perguntas como: Quem é o responsável? Quem vai delegar? E quem isso ou quem aquilo… Simples, TODOS. Mas é claro que há uma premissa importante nesse contexto de liderança; a ausência do ego e a maturidade do grupo.
A geração mais jovem chega ao mercado cada vez mais disruptiva, buscando liberdade, autenticidade, espaço para expor suas ideias, pessoas fora da curva que vem quebrando padrões. Essas pessoas encontram dificuldade de se encaixar no modelo menos desenvolvido de liderança.
Para que os antigos líderes pudessem ter a dominância em seus grupos e se sentirem respeitados e ouvidos, foram criados diversos padrões, que colocaram pessoas dentro de caixas, instituindo regras e mais regras. É comum entrar em empresas cheias de cartazes, “avisos”, de tudo que não pode, “proibido isso, proibido aquilo”, era uma forma de controlar. Porém o controle acaba por bloquear a geração de ideias e a criatividade que é natural do ser humano acaba se perdendo.
Um time onde todos são camisa 10
Imagine o seguinte cenário, todos os integrantes da equipe são camisa 10 e conforme cada situação apresentada, uma destas pessoas se levanta para liderar conforme suas habilidades mais desenvolvidas, oportunizando a todos o protagonismo e a liderança.
O líder formal desaparece, todos estão no mesmo nível, não existe mais o chefe, o organograma passa a ser mais do que nunca horizontal, e os egos precisam ser deixados de lado.
Por que falar em ego?
Porque todos carregamos em nós o ego, seja ele mais voltado a psique humana, ou coisas como a vaidade, preguiça, inveja, medo, raiva ou poder. Essas emoções atrapalham e se chocam com as emoções de outras pessoas criando mais problemas ao invés de gerarem soluções.
A liderança é mutável e as habilidades são utilizadas de forma transitória e situacional. Um grupo só cresce realmente se as pessoas se desenvolverem com oportunidade de protagonizar seus espaços, mesmo que momentâneo. Muito bons em alguma atividade e medianos em outras, o resultado é construído com base em um grupo de pessoas que se completa, que soma, que divide e que multiplica a depender da circunstância e desafio do momento.
A presença do ego não permite que um indivíduo ou outro se nivele aos demais, mas precisa entender que a liderança não é mais um cargo, ela é transitória, móvel, atual, focada nas soluções. A circunstância determina o líder.
Quer saber mais sobre liderança? Então, entre em contato conosco e saiba mais sobre nossos cursos!