Pensa numa atmosfera mega complexa…
Fazer uma analogia é difícil, porque não é fórmula matemática, nem regra de língua portuguesa, não dá pra explicar com física e com nenhum elemento químico, a geografia dos modelos de ensino se alterou mais do que se tivéssemos sido impactados por um asteroide e a história só conta fatos que aconteceram no passado.
Por isso estamos aqui hoje, para mostrar que há uma forma mais simples de olhar pra toda essa complexidade que se apresenta e fazer as mudanças necessárias, para que não tenhamos um colapso no sistema de ensino.
Procure ler como se você tivesse 5 anos de idade, sem as crenças que lhe foram impostas e as que você mesmo criou ao se tornar um humano mais intelectual. Há um caminho no seu cérebro, sobre processos de aprendizado, que segue com uma via única, onde há o certo x errado, o justo x injusto, e não queremos emitir nenhum julgamento sobre esse fato.
Mas, a gente quer mostrar que essa estrada se transformou em uma grande marginal, com inúmeras bifurcações e passagens alternativas, que possibilitam chegar ao mesmo destino.
A grande vantagem que isso permite é o ajuste para diferentes gerações de pessoas, que nasceram e cresceram vendo realidades distintas.
Vale a pena embarcar nesse busão e dar um passeio pelo modelo de sala de aula invertida.
A tecnologia e a necessidade de inovação
A tecnologia tem tido um papel muito importante na evolução do aprendizado, apesar do sistema de ensino continuar andando a passos de lesma.
A declaração de pandemia fechou os estudantes em casa e as escolas estão tendo que se virar para entregar suas aulas. Se olhar dessa forma a gente pode dizer que as escolas estão passando por um sufoco.
Mas na real não, eles têm inovado pouco e de certa forma dá pra entender. Os gestores das escolas geralmente são professores e eles em grande parte acreditam, que o ensino é uma coisa que o “detentor do conhecimento” (professor), precisa entregar para o aluno. Dessa forma a inovação, que deveria ser uma característica da escola, não é tão desenvolvida.
Ao invés de ficar jogando pedra nos professores e nas escolas vamos dar umas dicas de como esse novo modelo pode ser implementado e como ele é mais efetivo e afetivo.
Pequenas diferenças desse modelo de sala de aula e as possíveis alterações
Método passivo de aprendizagem ou cenário antigo e atual:
Professor é o detentor do conhecimento;
Professor é o protagonista da sala de aula;
Professor é quem cria o conteúdo;
Aulas longas e exaustivas;
Tempo é usada para explicar conteúdo;
Professor é responsável pela entrega e transmissão do conteúdo;
Professor precisa captar a atenção de todos os alunos;
Se um aluno tiver dúvida, todos precisam ser interrompidos;
Professor é quem avalia os alunos num sistema de provas (poucas avaliações);
Método de ensino e de avaliação é engessado;
A qualidade do professor afeta todos os alunos.
Método ativo de aprendizagem
Professor é o facilitador do conhecimento. Nesse modelo o professor não gasta sua energia com falta de atenção ou conversas paralelas, ele é alguém com sabedoria, disposto a transmitir o que sabe de uma maneira criativa e inovadora. É importante nessa etapa o professor ter sensibilidade para mapear seu público e fazer uma entrega mais assertiva (exemplo: diferentes gerações);
Aluno é o protagonista da sala de aula. Um dos maiores ganhos desse modelo é que ele é parte ativa do processo, ele vai ter a responsabilidade pela primeira etapa de absorção e entendimento, aprendendo e anotando suas dúvidas para a etapa seguinte;
Professor é ator em parte da entrega. É importante deixar claro aqui que se o professor for menos atrativo que os conteúdos do youtube, ele precisa reaprender algumas coisas, uma injeção de criatividade geralmente funciona;
Aulas curtas, divertidas e com conteúdo compactado. Não é possível que em 2020 a gente ainda ache que é normal ficar uma hora ou mesmo quarenta minutos assistindo uma vídeo aula. Compactar, divertir, provocar, seduzir a atenção e provocar ação, essas são algumas dicas. Claro que não vai sair de primeira, mas se você não se permitir tentar vai precisar aprender fazer outra coisa. Hoje em dia dinossauro só tem em museu;
No modelo ativo de aprendizagem, também chamado de “sala de aula invertida”, o professor entrega o conteúdo para estudo e apreciação individual, através de e-book, vídeos ou livros antes. O aluno vai ter contato com o material antes da explicação no modelo normal e só depois de ter estudado individualmente é que aluno e professor se encontram.
A entrega é rica, compactada e de fácil compreensão (exemplo: ao invés de uma aula de uma hora, a escola prepara professores mega fodas, que são capazes de transmitir o conteúdo em 1/3 do tempo, de preferência em vídeos editados e divertidos). Nesse caso é possível utilizar uma plataforma on-line para fixar esses vídeos e ou conteúdos, uma das opções é a plataforma moodle.
Realização de pequenas avaliações várias vezes;
Avaliação de de absorção de conteúdo. Essa primeira avaliação pode ser feita de forma remota, por aplicativos como o kahoot.com ou o socrative.com, eles podem ser usados gratuitamente e o resultado sai na hora. Olha que massa isso, o professor (facilitador) vai saber instantaneamente se os alunos estudaram o material e também a qualidade do material entregue, uma espécie de auto avaliação profissional.
O aluno é responsável pela absorção do conteúdo, auto disciplina. É claro que a família tem papel fundamental na implementação e funcionamento do processo, mas quem não quer melhorar a qualidade do ensino?;
Se um aluno tiver dúvida, pode rebobinar o professor quantas vezes quiser, com liberdade e sem interromper ninguém;
Alunos formam pequenos grupos para ensinarem uns aos outros o que aprenderam. Nessa etapa o professor forma grupos de estudos para que os alunos ativamente compartilhem e sejam protagonistas do processo de aprendizado. Aquilo que você aprende e ensina nunca mais se esquece;
Pequena avaliação sobre interações e trocas de aprendizados. Outra pequena avaliação para estimular as trocas e interações. O que no modelo anterior era condenado (conversas paralelas) agora é estimulado, só que orientado para o processo de aprendizado;
Aluno pode acionar o professor para tirar dúvidas e multiplicar o que aprendeu. O tempo de aula é aproveitado de forma muito mais eficiente;
Aluno precisa apresentar conteúdo como detentor do conhecimento (inversão de papéis). Depois da formação de grupos e das trocas, que devem estimular a oitiva de todos os integrantes, o facilitador fará um sorteio para que um deles apresente o conteúdo. É importante lembrar que todos irão se preparar para apresentar, já a definição será por sorteio;
Pequena avaliação sobre apresentação de conteúdo. É mais uma das avaliações que devem compor a nota. O facilitador deve ter sensibilidade para avaliar a qualidade do conteúdo e não a apresentação em si;
O método de ensino é personalizado e o sistema de avaliação é constante (muitas avaliações). Se você for aplicar isso no ensino médio é diferente do que aplicar em uma universidade, o facilitador respeita o público e não o contrário, afinal o objetivo do educador é transferir, da forma mais eficiente, o que sabe e não de enaltecer seu ego;
Professor continua aplicando provas, mas de formas variadas, avaliando cada etapa do processo. É importante aqui deixar claro que não há uma prova final, o que acontece são pequenas composições de uma média em processo de aprendizagem. Esse modelo permite ainda que, a depender do facilitador, alunos também avaliem seus professores.
Essa humanização permite um feedback muito mais eficiente e melhora significativamente o interesse do público, já que ele deixa de se sentir um alvo do “professor” e passa a ser um elemento do processo;
Uso de tecnologia, resultados imediatos e objetivos. O uso da tecnologia estimula a participação e facilita as interações.
Professor sem qualidade fica fora da brincadeira
Muitos são os formatos que podem ser explorados para criar uma sala de aula invertida, levando muito mais interação e troca de aprendizados. É fato que quando você ensina aprende muito mais, o aluno é muito mais ativo e as aulas se tornam muito mais participativas.
Escolas do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI, hoje tudo isso associado a uma pandemia e uma epidemia de alunos que reclamam dos formatos quadrados, nada participativos e das péssimas aulas entregues. A gente diria mais, se o aluno pudesse avaliar o professor eles não iriam passar de ano.
Se você é um professor, diretor de escola ou mesmo alguém que queira trabalhar os espaços de aprendizagem de uma organização de maneira mais eficaz, criar interação e gamificação no ensino, intensificar aprendizado e reduzir desgaste do sistema? Entra em contato com a gente.