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O Poço – mais de 200 níveis de aprendizado

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Cuidado contém spoiler. 

Que doideira esse filme “O Poço”, disponível na NETFLIX! Você já assistiu? Ele tá dando o que falar, é de suspirar fundo a trama toda, e claro que tem quem não entendeu nada. Então conecta com a gente e vamos descer até o nível 333.

O Poço

O filme começa com várias pessoas trabalhando em uma cozinha, preparando pratos incrivelmente perfeitos e de dar água na boca, ainda que a gente só consiga assistir.

Bora lá…. o protagonista é Goreng, que acorda numa espécie de prisão vertical e divide seu espaço com um companheiro de cela, Trimagasi.

O telespectador é inundado de cenas chocantes durante todo o filme. Logo de cara o protagonista é alertado pelo colega de cela que tudo ali é muito óbvio, além de ser advertido que não gosta de questionamentos e só daria informação em troca de algo. 

A primeira interação com seu colega é ele sendo informado que eles estão no “nível 48”, que é um bom nível e continua com o seguinte questionamento: “o mês está só começando e a grande pergunta é “o que vamos comer?”

Goreng insiste muito em acessar informações para entender como todo aquele sistema funciona, mas o ambiente é hostil, cheio de regras e hierarquias. Um ambiente que facilmente pode ser conectado a instituições, organizações, negócios ou pessoas. Quem sabe alguém que você conheça!? até porque é tudo muito óbvio. 

Dar informações te deixa exausto? Você só faz isso se receber algo em troca? Você só se importa com o que vai comer hoje? 

No filme desce uma vez ao dia uma plataforma com um banquete de comida perfeitamente preparado. Isso dura pouquíssimo tempo, pois a cada andar que a plataforma desce aquilo que era maravilhosamente preparado é pisado, desperdiçado, estragado e até cuspido. Goreng fica alguns dias sem comer porque se recusa comer tamanha nojeira. Talvez você tenha nojinho, mas é legal pensar no seu limite, será quanto tempo você levaria pra se alimentar dos restos que joga fora hoje? Será que você respeita os níveis abaixo?

 200 Níveis  

Existem várias teorias sobre a trama, vamos compartilhar um pouquinho do que percebemos e alguns questionamentos pertinentes.

Em algumas cenas Goreng aparece fazendo uma entrevista, um processo seletivo, não fica claro o motivo, só que ele deseja ser aprovado. É contraditório se avaliarmos onde ele se meteu, mas quem garante que a gente evita as confusões e enrascadas da vida? Você já se garante se fizer uma viagem pra dentro de “si mesmo”?

Durante o desenrolar da história, uma pessoa que faz parte do sistema vai para a prisão, e fica claro que nem ela conhece a dimensão ou a profundidade daquele buraco. Inicialmente eles acreditam ter 200 níveis, cada nível ficam 2 pessoas e a cada 30 dias eles são redistribuídos em níveis diferentes.

A falta de informação amparada pelas condições subumanas de sobrevivência trazem a tona homens e mulheres selvagens, instintivos e irracionais. Na maioria dos níveis não chega alimento e as pessoas concorrem com a comida, isso canibalismo humano. Você com certeza não gostaria de estar no nível 200. É no mínimo desconfortável aqui alguns questionamentos:

  • O que eu estou fazendo no dia a dia? Comendo ou sendo comido?
  • Que nível eu estou? Será que eu estou contribuindo com a solidariedade espontânea?
  • Eu estou tentando desenvolver quem está abaixo?
  • Será que tenho provocado desconforto em quem está acima demonstrando solidariedade ou humanidade?
  • Será que me contaminei pelos parceiros de poço e estou igual a pior média?
  • Eu estou utilizando a quantidade de recursos que são disponibilizadas pra mim? ou será que estou comprometendo os recursos destinados aos níveis inferiores também?
  • Eu estou matando os negócios de alguém para me manter vivo ou consigo conviver com a competitividade?
  • E será que o nível mais elevado do sistema conhece o sistema? Eu conheço?
  • O que será que você leva com você se pudesse carregar só uma coisa?
  • Você não seria capaz de se alimentar de outra pessoa né? Será?

É infindável a quantidade de questionamentos que poderíamos fazer analisando individualmente cada nível daquele cenário. Mas e no cenário do dia dia? Tá conseguindo tirar a cabeça do poço e olhar pra fora ou foi absorvido já?

Ainda, pode-se fazer várias analogias, sobre poder e fraqueza, ricos e pobres, céu e inferno, sobre o sistema e o mecanismo da sociedade.

Como somos a média das pessoas que convivemos, logo Goreng se adapta ao sistema e imita as atitudes do seu companheiro de cela, moldando seus valores de acordo com suas necessidades básicas. 

Somos humanos, construídos com bases diferentes uns dos outros. É difícil compreender o que cada um é capaz de fazer, por isso fica claro a necessidade de desenvolver e cooperar para fortalecer a solidariedade espontânea. 

Dependendo da emoção que você tiver uma maior dominância em seu ser você adotará uma estratégia mental de sobrevivência. Viajar para dentro de si traz uma luz chamada de maturidade. É uma pena que a maioria morre sem se conhecer. 

O que somos capazes de fazer?

Voluntário em troca de um certificado homologado. Pode ser que você nem curta o voluntariado, mas com certeza você busca algo. Qual é o certificado que você quer? O que está disposto a fazer para conquistar?

Quando você não controla suas emoções, elas controlam você

Enquanto o tempo passa ele alterna nos níveis do poço, subindo e descendo simultaneamente, encontrando situações inusitadas que podem ser comparadas aos pecados capitais como a gula, luxúria, preguiça, avareza, medo, julgamento, ira, orgulho e a vaidade. Cada uma dessas encenações provoca, de forma impactante, memórias que vão te afetar por um período mais longo ou mais curto, a depender do nível em que você se encontra.

Esses pecados representados, são os vícios emocionais carregados pelo ego do ser humano, que acaba por engolir as pessoas e cega-las para suas virtudes, e quando o calo aperta, o que sobra do ser humano é o instinto de sobrevivência acompanhado das pior das emoções.

E o que sobra do ser humano sem seu ego? 

A prática de virtudes como a humildade, verdade, coragem, serenidade, sobriedade, inocência, disciplina, equilíbrio e o desapego, na real, não são tão comuns. Como no poço é difícil entender algumas coisas que ficam num nível mais profundo. Vou dar um exemplo; sabe aquela pessoa que é vaidosa, adora tirar fotos, se manter impecável, aparecer publicamente, com muitos likes e apaixonada por um elogio? Então ela esconde um ego frágil que não suporta olhar para si mesmo somente como um ser, esse ego se alimenta de uma imagem que essa pessoa pode representar. Ou vai dizer que nunca ficou sabendo de ninguém que entrou em depressão depois de não conseguir mais alimentar essa imagem? O mesmo acontece com aquelas pessoas que você considera grosseiro, mandão, controlador, o ego se alimenta do poder que isso gera. 

Tem mais uma cena chocante que vale muito a pena compartilhar aqui. Nessa parte ele já está contracenando com outro personagem, Baharat, e eles resolveram que desceriam juntos distribuindo os alimentos para que todos tivessem acesso a comida, mas para isso precisam ameaçar e até usar a violência para que elas obedecessem. Em um dos níveis eles encontram um sábio que gostou do que eles estavam fazendo, mas orientou que seria importante que falassem com as pessoas sobre o propósito do que estavam fazendo, se isso não funcionasse então eles poderiam usar a força. Orientou ainda que eles deixassem um prato intacto para mandar de volta ao nível zero, mostrando dessa forma que as pessoas haviam se desenvolvido e se tornado solidárias. 

É no mínimo impressionante, as pessoas tomadas pela cultura implementada no sistema são como que surdas e a única forma de manter a ordem é a violência. Uma decepcionante descida, a cada nível atrocidades distintas, deixando claro que onde não há desenvolvimento só funciona a lei da selva. A força que ampara ambos é a panna cotta que deveria voltar, e isso só muda na última cena quando encontram uma criança faminta no último nível do poço. 

E aí, qual a mensagem?

Podem surgir, como já existem, muitos comentários sobre o fatality desse filme, o nosso é, como de costume diferente.

Não é possível dar nada a quem não deseja receber, pessoas são como prédios, seus pilares são sua infância e a depender de como foram os valores que ficaram concretizados nela isso será replicado e estará presente em seus comportamentos e atitudes. 

Uma criança, em sua essência, tem sede e fome de desenvolver-se, elas aprendem, são seres puros, nesse caso, mesmo estando no poço, estava no nível que não havia tido contato com os demais. Ela não sabia da existência de seres acima, não como a gente vê no filme, porque ela se alimenta de coisas que sua mãe leva, porém ao que parece é muda.

Não significa que devemos perder a fé ou a esperança nas pessoas. O que podemos tirar disso tudo é muito mais profundo. Sob condições subumanas só restam instinto e seres selvagens. 

As pessoas são a média dos que mais convivem, então esteja sempre se desafiando e principalmente cuidado para não ser a média baixa da relação. 

Há dentro de cada um de nós um cachorro, ops, desculpa “entendedores, entenderão”, uma criança que está sempre com sede e fome de desenvolver-se para se tornar um ser humano com maturidade e em constante evolução.

Você pode sempre escolher que tipo de certificado homologado quer buscar para se tornar um humano melhor, a gente aqui da inSelfTed quer que você conheça o Enjoei da sua cara feia, tem certificado também.

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